Vou postar uma pouco aqui sobre o Projeto Coral Sol, que vai ser o tema dos meus próximos trabalhos das aulas de Laboratório de Criação.
Como vocês viram no post passado, eu já tive que fazer meu primeiro trabalho com a temática do Coral Sol, que foi o doce, e vou fazer muitos outros, inclusive terei que ir a Ilha Grande explorar o coral pessoalemnte rs.
Esse aí é o Coral Sol, um coral que lembra mesmo um sol. Bonitinho, né? *-*
"Durante o ano de 2011 a temática usada como pressuposto para a abordagem do processo criativo será o Coral-sol.
Tendo em vista que o coral-sol é bem estabelecido e mais abundante na região da Baía da Ilha Grande; os alunos terão contato com a espécie e poderão então, propor uma solução de design para o descarte sustentável, agregando valor a sua extração e contribuindo estética e plasticamente para os trabalhos desenvolvidos com as comunidades litorâneas, além do desenvolvimento pessoal de trabalho."
É, esse é nosso objetivo com o Projeto Coral Sol, então vamos falar um pouco mais sobre ele:
Projeto Coral Sol
O coral-sol é um invasor marinho que está ameaçando a biodiversidade da zona costeira brasileira. O coral-sol (Tubastraea spp.) foi introduzido no Brasil no final da década de 80, através de plataformas de petróleo/gás e invadiu costões rochosos ao longo de 900 km do litoral. O Projeto Coral-Sol propõem controlar o coral-sol, visando erradicá-lo em 20 anos, agregando valor a sua extração e contribuindo para o desenvolvimento sustentável de comunidades litorâneas.
A região da Baía da Ilha Grande abriga os territórios de três municípios, Parati, Angra dos Reis e Mangaratiba. O levantamento do IBGE realizado em 2005 registrou 203.000 habitantes na região. Em virtude da beleza paisagística da região, sua principal vocação natural concentra-se no turismo e lazer náutico. A bioinvasão pelo coral-sol está afetando diretamente seis municípios fluminenses (Arraial do Cabo, Armação dos Búzios, Rio de Janeiro, Mangaratiba, Angra dos Reis e Parati), cuja população humana é de 6,3 milhões. Além disso, toda a costa brasileira está ameaçada devido ao potencial de expansão do coral invasor. Apesar do coral-sol ainda não ter atingido os recifes de coral brasileiros, esta possibilidade é alarmante porque os recifes de coral do Brasil são especialmente vulneráveis, tendo em vista que são fonte de alimento e renda para milhares de pessoas e que tem baixa riqueza, porém alto endemismo de corais nativos.
Tendo em vista que o coral-sol é bem estabelecido e mais abundante na região da Baía da Ilha Grande (na Ilha Grande, litoral e em ilhas ao redor), é proposto o controle destes invasores através de agregação de valor à exploração racional deste recurso vivo como “souvenir” (lembrança) primeiramente nesta localidade. O coral-sol é encontrado a venda esporadicamente em alguns locais das regiões alvo. Atualmente, devido a uma demanda pela utilização como peças decorativas, existe um mercado nacional e internacional de esqueletos dos corais. Esta demanda é suprimida pela coleta e comercialização ilegal de espécies nativas e, muitas vezes, endêmicas, no país.
O público alvo do projeto são as comunidades litorâneas tradicionais da Ilha Grande, RJ, que incluem os caiçaras, e cuja vocação é o extrativismo de recursos do mar aliado ao artesanato produzido com materiais locais. Como os recursos pesqueiros estão em declínio, há uma demanda de inserção de propostas como o Projeto Coral-Sol na região, que contribuirá para a fixação e desenvolvimento sustentável destas comunidades através da oferta de fonte alternativa de renda. Na Ilha Grande 21% de população tem renda de apenas até um salário mínimo. Como a comunidade tem vocação para o extrativismo do mar e necessidade de renda alternativa, há grande potencial na comunidade que justifica o continuado desenvolvimento desta proposta.
Estão sendo capacitadas para catar e preparar os corais para venda como artesanato, 40 famílias das comunidades litorâneas da Ilha Grande, gerando renda alternativa, combatendo a expansão dos corais invasores e substituindo o comércio ilegal de corais nativos. Estima-se que, inicialmente, será gerada uma renda familiar suplementar mensal mínima de R$240,00. Conforme os catadores atinjam sua independência produtiva gerando sua própria renda, é prevista a transferência do ônus de custo de produção (coleta e processamento do coral) cabendo ao Projeto receber a produção e inserir um selo-verde de qualidade. Isso é altamente desejável para efetivamente transferir a responsabilidade do manejo do recurso ao coletivo, assim gerando responsabilidade social.
O Projeto representa, no Brasil, a primeira iniciativa auto-sustentável de erradicação de organismos exóticos marinhos e o mecanismo de controle e erradicação do coral-sol, que agrega valor a sua extração, contribuirá para o desenvolvimento sustentável das comunidades litorâneas, especialmente na área de influência direta do projeto.
Bibliografia: Instituto Biodiversidade Marinha
Fotos do Coral:
xoxo @heyteka
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